terça-feira, 11 de junho de 2013

A “Fortaleza Apavorada” e o que ela esconde*

Artur Pires

Diariamente, pipoca nas manchetes e páginas dos veículos de comunicação notícias de sequestros, roubos, assaltos, homicídios... A olhos vistos, percebe-se a escalada da violência nas metrópoles brasileiras. Natural. O país “cresce”, torna-se o sexto mais rico do mundo, mas, simultaneamente, mantém-se como um dos mais desiguais na distribuição dessa riqueza. Paralelamente a isso, percebe-se a escalada do pensamento conservador e raso de que a violência se combate com mais policiais nas ruas e ainda mais repressão.

Oportunistas e metidos a espertalhões engraçados, apresentadores de programas policialescos, os programas-lixo, se aproveitam do fenômeno social da violência urbana e se elegem vereadores, deputados e senadores em todo o Brasil com um discurso superficial de “combate ao crime”. Estes senhores da guerra exploram, apelam, espetacularizam e se lambuzam feitos porcos no chiqueiro com a violência que, em grande parte, dizima jovens nas periferias brasileiras. Pior: ao se elegerem para seus mandatos legislativos, nada fazem no sentido de apontar soluções ou, no mínimo, perspectiva de solução à área de segurança pública

Não podemos perder de vista que quem mais morre nessa guerra são os jovens negros da periferia. A mortalidade de jovens negros entre 15 e 29 anos é três vezes maior do que entre jovens brancos. Segundo estudo do IPEA de 2011, intitulado Dinâmica Demográfica da População Negra Brasileira, o grau de vitimização da população negra é assustador: há uma probabilidade 103,4% maior de um negro ser vitimado do que um branco. Quando se analisa só a faixa etária dos jovens de 15 a 25 anos, essa probabilidade aumenta para 127,6%. Com esses números alarmantes, constata-se que a violência homicida no Brasil tem rosto e cor: jovem, negro, morador da periferia das grandes cidades.

É como diz Edy Rock, dos Racionais MC´s, em Tempos Difíceis: “Menores carentes se tornam delinquentes e ninguém nada faz pelo futuro dessa gente. A saída é essa vida bandida que levam roubando, matando, morrendo, entre si se acabando. Enquanto homens de poder fingem não ver, não querem saber, fazem o que bem entender. E assim... aumenta a violência. Não somos nós os culpados dessa consequência”?

No entanto, toda essa violência, consequência de uma desigualdade social histórica e escandalosamente ignorada, só é problema para a classe média burguesa quando ela adentra o seu nicho social, ou seja, quando ela sai das ruas de terra batida e enlameadas do Tancredo Neves ou do Lagamar e invade, sem pedir licença, os condomínios de luxo da Aldeota, do Meireles, do Cocó, etc. “As grades do condomínio são pra trazer proteção, mas também trazem a dúvida se é você que está nessa prisão” (O Rappa, Minha Alma).

O movimento “Fortaleza Apavorada” reflete perfeitamente essa questão. O problema, logicamente, não é ir às ruas reivindicar por segurança ou qualquer outra questão que incomode. Pelo contrário, ocupar, ou melhor, invadir, tomar conta das ruas para protestar é essencial às sociedades; é o que as mantêm vivas, pulsantes, orgânicas. Sem o povo nas ruas, as sociedades estagnam no conservadorismo e na manutenção das velhas ordens do poder. Mas o “Fortaleza Apavorada” não quer mexer nas estruturas sociais. O “Fortaleza Apavorada” quer ir tranquilo ao Iguatemi sem se deparar com algum “bandido” que roube seu Iphone 5. O “Fortaleza Apavorada” quer mais policiais nas ruas e mais repressão nas favelas. O “Fortaleza “Apavorada” não quer que a violência social gerada pela quinta cidade mais desigual do mundo respingue nele. Não duvido nada que o “Fortaleza Apavorada” queira também a redução da maioridade penal. O "Fortaleza Apavorada" é o movimento do próprio umbigo. Não consegue enxergar além dele! O “Fortaleza Apavorada”, em resumo, quer segurança para manter seu padrão de vida burguês sem ser importunado pelos excluídos da cidade. Quando um movimento civil clama por segurança social, mas ignora completamente as causas da insegurança - desigualdade, exclusão e marginalização sociais, criminalização da pobreza e da negritude, etc. - o que ele quer é simplesmente manutenção de privilégios. Ou não é?

O pior é que a lógica de pensar que a questão da segurança se resolve com mais policiais e mais repressão parte também do estado. Em nota pública, o Gabinete do Governo do Estado do Ceará elencou “melhorias” na segurança pública cearense nos últimos anos: dobrou o número de policiais, reequipou as polícias com armamentos modernos, implantou a Academia de Polícia... Na nota, nenhuma menção ao desequilíbrio social alarmante que separa cruelmente os sonhos de vida do José, da Vila Cazumba, para o Maurício, da Aldeota.

(Ilustração: Pawel Kuczynski) 

A guerra civil nas favelas do Brasil – e Fortaleza não escapa à regra – vai ricochetear cada vez mais na classe média, porque essa guerra fratricida já não cabe mais apenas nas perifeiras. Ela transbordou para os bairros “nobres” com o aprofundamento da sociedade do consumo. “É verdade que o capitalismo manteve como constante a extrema miséria de três quartos da humanidade, pobres demais para a dívida, numerosos demais para o confinamento: o controle não só terá que enfrentar a dissipação das fronteiras, mas também a explosão dos guetos e favelas” (Gilles Deleuze, Post-Scriptum sobre as Sociedades de Controle). O José da Vila Cazumba quer também o tablet que o Mauricinho da Aldeota tem.  Quer também o carro, as roupas de grife e o mesmo padrão de vida. A lógica da sociedade atual, do espetáculo, é extremamente perversa, principalmente porque idealiza padrões de consumo e de comportamento a todos, mas restringe o acesso às “benesses” dessa sociedade patológica a uma casta privilegiada.

A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social acarretou, no modo de definir toda realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter. A fase atual, em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados acumulados da economia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer”, diz Guy Debord, em seu clássico A sociedade do espetáculo. Por meio da embriaguez causada pelo fetiche das aparências aliada às iniquidades sociais históricas, é o movimento do não-vivo, da negação da vida real, da busca pelo parecer que acarreta a violência.

Portanto, está evidente que o caminho para a paz social é o da desconstrução da ordem sócio-simbólica e imagética (as imagens têm poder!) que nos está imposta; do rompimento total com o atual estado das coisas; da superação da lógica do consumo de ilusões; da emancipação do homem da lógica mercantil; da construção da vida em sociedade calcada na essência, não na aparência. Enfim, enquanto não se superar essa sociedade e todos os seus vícios deletérios, a paz social tão sonhada não passará de um simulacro maquiado de UPPs, policiais em Hilux, academias de polícia ou coisas que as valham.

“É pela paz que eu não quero seguir admitindo”! (O Rappa - Minha Alma/ A Paz Que Eu Não Quero)

* Artigo publicado na Adital


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164 comentários:

  1. acho q Paulo Freire tinha razão, quando perguntado sobre o q achava das Marchas, respondeu: "quão maravilhoso seria se tudo acabasse em Marcha, já pensou, Marcha pelo Amor?"
    precisa dizer mais?

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    1. Marcha pelo Amor seria irada Gláucia. Agora, Marcha pelo Pavor não deve ser muito legal! Abraços!

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  2. Impressionante sua impressão do movimento. Totalmente equivocada e ao mesmo tempo não. Que bom seria ir e vir tranquilamente. Seja rico ou seja pobre. Você já entrou em uma favela? Eu sim. As casas por lá também tem grades nas portas e janelas. As crianças de lá também ficam órfãs de pais que morrem por morte violenta. Eles também sofrem com as perdas, ficam de luto e apavorados. Eles andam de ônibus e também são assaltados depois de um dia de trabalho para ganhar algum de forma honesta.
    "Eles" (porque você os descrimina), também deveriam participar do movimento. Como seria bom ir surfar tranquilamente. Como seria bom ir ver o seu timão sem o perigo de sofrer violência. E melhor ainda, como seria bom que aqueles que tanto criticam e conhecem a verdadeira raiz de tanta insegurança, saísse da telinha do computador e organizasse um movimento para combate-la.
    Eu trabalho demais estudo demais e gostaria realmente de poder ir ao shopping, a praia e a tantos outros lugares, sem medo ser assaltada. Você é pai? Eu realmente gostaria de ficar tranquila quando meu filho não está em casa. Fique bem e em segurança. Entenda, esse é um movimento do povo e não um movimento classista. Ah, eu quero um monte de coisas que eu não tenho e nem posso ter e nem por isso.

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    1. De antemão, seria mais conveniente e sincero se você se identificasse. Mas já que preferiu esconder-se no anonimato, falo a você, anônimo: minha impressão do movimento é a que está no texto. Não a vejo como equivocada e tenho argumentos e vivência para tal. Frequento e tenho amigos da Vila Cazumba e do Tancredo Neves (favelas próximas à minha casa, na Cidade dos Funcionários) desde meus 15 anos (hoje, estou com 28). Conheço in loco, na vivência, a realidade da periferia, a vida dos moradores da favela. E vou dizer-lhe que não sei as favelas que você andou "passeando", mas não é necessário casas com grades nas portas e janelas porque, na maioria dessas comunidades, há um código de conduta tácito que diz que moradores não podem e não devem ser assaltados de forma alguma pelos que decidem seguir adiante no crime. E as favelas que conheço respeitam esse código próprio delas.
      Eu vou surfar tranquilamente. Eu vou aos jogos do Leão tranquilamente. Eu não me apavoro, mesmo sabendo que a violência tem aumentado... E vai aumentar ainda mais enquanto não se resolver a questão pela raiz, pela desigualdade que separa sonhos de vida de um morador da favela dos de um morador da Aldeota.
      O "movimento Fortaleza Apavorada" está longe de ser do povo, não representa, não consultou, não estabeleceu diálogo com os que mais sofrem com a violência, os moradores das favelas da cidade.
      Enfim, escuto sua opinião, mas não concordo com ela; sou frontalmente contrário à sua maneira de encarar a questão!

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    2. E pq então eles não participam tbém??? Até onde eu sei este movimento é aberto a todos! Está nas redes sociais e hoje em dia não se pode dizer que pessoas de baixa renda não tem acesso à internet! Aliás, eu concordo com vc, acho que os maiores interessados são os que moram nas periferias e não nos bairros meireles, aldeota e cocó como vc disse!!!! Espero realmente que das 33 mil pessoas que fazem parte do movimento na internet, a grande maioria seja sim da periferia, pois lá é o maior reduto de votos dos políticos que estão colocando a todos nós nesta situação. Sou a favor do fim da política do pão e circo, mas como convencer a toda massa que isso é ruim para eles? A população em geral não consegue enxergar as consequencias de seus atos a longo prazo e isso é devido a uma política de alienação popular implantada no Brasil desde os tempos de Getulio, o primeiro populista brasileiro. Um povo que hoje considera Lula como Deus... como haver esperança? Ou vc duvida que nossa querida Dilma vá se reeleger em 2014 e adivinha quem irá aparecer para tomar o lugar dela em 2018??? Quem??? kkkkk O que vc diz no seu texto é bonito sim, mas utópico. Enquanto não podemos ter a utopia, vamos então tentar na realidade qq tipo de movimento que nos dê ao menos esperança de sair de casa no dia seguinte para ir trabalhar e dizer a nós mesmos: Voltaremos vivos, sãos e salvos!

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    3. Pelo visto o senhor Artur não sabe que quem é mais assaltado são os POBRES trabalhadores, que andam de ônibus, que acordam cedo e vão trabalhar a pé, de bicicleta, de ônibus ou na sua moto 125cc financiada em 48 vezes. Esses sim, são os mais assaltados. Sou empresário e vejo o quanto meus funcionários e os seus familiares já sofre com a violência. Não é só "burgues" da aldeota que é vitima não! Viva o movimento Fortaleza Apavorada!

      Eduardo Camurça

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    4. Eduardo, cara, eu recomendo que você releia o texto. São várias as passagens em que eu deixo absurdamente claro que quem mais sofre com a violência são os moradores da periferia. Aliás, uma violência diária, legitimada pelo poder público e endossada pela sociedade civil. No entanto, vou copiar o texto: "No entanto, toda essa violência, consequência de uma desigualdade social histórica e escandalosamente ignorada, só é problema para a classe média burguesa quando ela adentra o seu nicho social, ou seja, quando ela sai das ruas de terra batida e enlameadas do Tancredo Neves ou do Lagamar e invade, sem pedir licença, os condomínios de luxo da Aldeota, do Meireles, do Cocó, etc".

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    5. Não gosto de me meter em briga alheia, mas pelo que vejo são pessoas falando de utopia. Parem de ser hipocritas voces não estam nem ai pra sociedade querem apenas o que é bom pra si. Levanta a mão ae quem ja foi cobrar alguma promessa de seus candidatos. Infelizmente são pessoas como voces que ajudam as coisas a piorarem. Só pra lembrar o problema esta que 8% do que suamos pra produzir é desviado. Isso poderia mudar a realidade de muitas familias. Alguem ai se importa com isso? O problema não esta na segurança publica esta nas leis que são muito brandas. Porra!! Fui aos EUA (que é uma grande referencia verdade seja dita) tem menos policiamento que aqui, mas bem menos violencia. Estao buscando melhorias pelo caminho errado. Comecem a cobrar leis. Sabiam que o povo unido conseguem gerar leis tambem? Porque esperar pelos senadores ou deputados? Algo basico enquanto reclamam e brigam das coisas erradas eles estao comendo e cagando as custas do suor do trabalhador brasileiro.

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    6. Ponto tomado e maravilhoso... A visao tem que ser geral e nao so' de um lado! Parabens

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    7. Ponto tomado e maravilhoso... A visao tem que ser geral e nao so' de um lado! Parabens

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  3. Eu lí e estava concordando, até ler Iphone 5. Daí em diante já vi que não valia a pena ler.

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    1. Mas por que anônimo? No que foi que o Iphone 5 mexeu tanto contigo?

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    2. Bem, o início tem coerência, porém você peca ao atentar o detalhe do material roubado, hoje não falamos disso, estão roubando vidas. Não é raro ver tirar tua vida, e não levar os pertences. Eu tenho um carro, meus pais não. Às vezes ando de Ônibus, as vezes não. Não sei se estou na classe média, mas enfim, o problema não é exclusivo da classe X ou Y. Não tem o inatingível. Quem pode pagar uma blindagem para se livrar, está melhor que eu. Você talvez. Mas não está imune. Você tem sua opinião e respeito, mas na minha opinião, não interessa quem organiza, mas sim a causa que é comum e não singular.

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    3. Resumindo bastante, retirando todo o lado complexo dos argumentos. Educação = Oportunidade. Como falei, concordo no início, mas atacar classe não é o caminho. É como o Eduardo camurça ressaltou.

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    4. Pois é, mas para mim a questão de classe e, principalmente, a questão da disputa de classes não pode ser esquecida desse debate. Enfim, o texto é a síntese dos meus argumentos sobre o movimento e sobre esse contexto da violência. Falar mais é chover no molhado. É preciso pensar em superar essa sociedade do consumo, da ostentação, das aparências... Só assim venceremos a violência! Não com mais polícia e mais repressão!

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    5. É sim, e o caminho é longo, educação.

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    6. O socialista está sempre trazendo a luta de classes como solução pra todos os problemas. Tá seguindo direitinho a cartilha Marxista garoto, qdo vc crescer (mentalmente) e perceber q tudo aquilo em q vc acredita é um engodo vai entrar em dissonância cognitiva (pesquise o que significa no google) e aí poderá se tornar um charlatão convicto como todos os pseudo socialistas que comandam o movimento aqui no país ou então se tiver um pouco de sensatez como eu, que fui revolucionário na adolescência inclusive ficando um período em Cuba, vai assumir que estava equivocado em seu ponto de vista e aquilo foi só uma fase da juventude de rebeldia...procure ler e estudar mais sobre economia e ciências sociais autores sérios e imparciais e chegará a conclusão de q tudo em q acredita é tão inocente qto historinhas de juventude eterna do Peter Pan.

      Elias

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    7. Elias (Jack), pior do que um direitista puro é um direitista que é um ex-esquerdista arrependido. Esse é de dar dó. Quanto à sua pretensa superioridade intelectual e mental por ser um "ex-revolucionário", não tenho nada a dizer. Não sou socialista. Se há um sistema político que me identifico, esse é o anarquismo,a liberdade total, o fim do estado, a autogestão das sociedades. Enfim, meus sonhos de rebeldia continuam acesos, vivos, pulsantes, pegando fogo como fogos de artifício cruzando o céu... Quanto a você, caro Jack, meus pêsames!

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    8. Hahaha! Quer dizer que estamos lendo um texto de um anarquista? Pensei que essa era uma discussão séria!

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    9. Opa, verdade. Já foi tudo por água abaixo.

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    10. Retorno ao ponto do Iphone.

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    11. Para mim problemas que são tratados como do vizinho e não de TODOS, não me representa. Acho digna manifestações, é democrático e me deixa muito feliz em ver pessoas mais interessadas por política. Mas eu morei a vida toda em uma bairro da periferia, sei das desigualdades, falta de oportunidades e os tapa "problemas" que o governo proporciona para essas pessoas. A violência existe faz muito tempo, e não é errado buscarmos melhorias, mas errado é não pensar em TODOS. Fortaleza vai além dos bairros nobres, Fortaleza vai além da segurança. E desculpe dizer, mas quem financia toda essa violência somos nós!Ou alguém exlica o que carrões fazem na boca de fumo na favela? Quero morar em um país, onde escola pública seja o melhor ensino, onde saúde pública seja referência e atenda a todos, onde as oportunidades de empregos cheguem nas favelas, e não apenas para ser peão de obra ou empregada doméstica ( com todo grande respeito à profissões belíssimas, porém taxadas como empregos de pobres). Li um comentário que dizia: "pobre só serve para ser iludido por políticos" (comentário de um participante desse movimento). Ué, só os pobres são iludidos? Quantos votam em políticos elitistas pq eles "os representam"? Quantos conhecem a constituição por inteira, direitos e deveres? Nem eu conheço e nem 90% dos brasileiros, isso deveria ser educação de base, vir de berço assim como muitos outros países e isso faria TODA a diferença! Aliás, essa nossa constituição é vergonhosa, onde tem sempre uma brexa para favorecer os "poderosos". Sim, o movimento só me representará, quando apresentar propostas além da segurança, para toda uma sociedade!

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  4. É um movimento do povo? Vocês, do Fortaleza Apavorada, foram às favelas? Foram à periferia divulgar o movimento e mostrar a cara dele? Fizeram contato com os líderes comunitários, associações de bairro, conselhos locais de saúde, educação etc?

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    1. Pois é, Carlos Eduardo, pelo visto foram discutir o movimento em algum shopping ou em algum condomínio de luxo.

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    2. Eu sou esse Anônimo12 de junho de 2013 11:51.

      Não vai por esse caminho cara... Isso é preconceito. Já parou para pensar que talvez, sem preconceito, mas falando honestamente, talvez essa classe que você esteja se demonstrando mais preocupado não tenha um nível de cultura e educação suficiente, não tenha oportunidade, ou mesmo esperança para organizar e tentar fazer acontecer tal mudança e sim, conformada.

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    3. Cara, não estou sendo preconceituoso. Agora, não posso aceitar que só agora, quando a violência atinge seu nicho, a classe média se organize para debater a questão da violência, quando há décadas pessoas, principalmente jovens, morrem nas periferias brasileiras e essa mesma burguesia nunca, NUNCA, se preocupou com essas mortes. A questão de classe não pode ser ignorada. É preciso mais do que "polícia, repressão e pobres na cadeia". É preciso superar essa barbárie do consumo, a exclusão e a marginalização sociais. Não dá para discutir violência sem levar em conta essas questões.

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    4. Mas há de convir comigo que está insuportável, não? Eu vou marcar presença para levantar uma bandeira. Não será a que você discorda, a de mais polícia e repressão. Será da educação e oportunidade, será da guerra que vivemos, quer você queira, ou não, tem essa guerra e existem vários lados, o da população é o que mais perde. Os criminosos estão mais que nunca impiedosos. É necessário algum movimento, alguma mudança, alguma atitude. Não podemos é continuar aceitando as coisas como estão. Infelizmente.

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    5. Artur, diante disso que você escreveu agora para o anônimo, qual a sua sugestão? Que solução você dá? O que você vai fazer imediatamente para mudar essa situação, diferentemente do pessoal da classe média que esperou ter o seu IPhone 5 roubado? Estou curiosa pela suas propostas.

      Abraço.

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    6. Germana,a questão é complexa, são perguntas desafiadoras, concordo. De imediato, só teremos soluções fáceis, paliativas, politiqueiras. Mas devemos começar a pensar no médio e longo prazo. Chega de paliativos. De mais polícia. Desse discurso raso de que "bandido bom é bandido morto". Chega de entupir pessoas em penitenciárias como sardinhas em lata. Enfim, não se pode discutir violência (falta de segurança) esquecendo-se de ressaltar a sociedade do consumo e do fetiche em que essa violência está inserida. A questão central e necessária é a superação dessa barbárie em que estamos todos imiscuídos. Uma nova sociedade, um novo homem, uma nova consciência. De fato, não tenho soluções mágicas para essa mudança paradigmática, mas ela com certeza não vai acontecer com "pavor" aos moradores das favelas nem com mais repressão nas ruas, que é o que o "Fortaleza Apavorada" propõe. É preciso dar substância ao discurso, é preciso ir além das soluções fáceis, já tentadas e sem resultados. É preciso pensar numa emancipação da sociedade humana da lógica mercantil, consumista, que é violenta por sua própria natureza. E, claro, que essa solução não será imediata, mas ela precisa ser avolumada, formada, conscientizada.

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    7. Pois é Artur, soluções mágicas não existem. Eu nem faço parte do movimento, mas eu gostei da ideia de começar, sabe? De sair do nosso lugar comum e buscar melhorias. E acho que se todo mundo fizesse essas reflexões que você está fazendo e agisse, as coisas poderiam mudar sim. Paliativo, concordo plenamente. Mas é preciso começar! Como li hoje mais cedo, esse movimento é apenas um fio que deve ser puxado e inúmeros outros movimentos DEVEM SURGIR! E outra: os moradores da favela, dos bairros mais carentes, da periferia também estão com medo. Digo isso porque não moro em um bairro nobre da cidade e vejo pessoas aqui realmente apavoradas. Todos querem mais segurança e aplaudo essa pessoa que gritou BASTA primeiro. Casualmente ela pode ser da classe média, mas poderia ser um pobre, um favelado, um miserável. Vamos gritar basta também e propor novas soluções. Vamos criar novos movimentos. Tenho visto muitos discursos bonitos na internet, mas propostas concretas que é bom, nada. Criticar a iniciativa do outro é fácil, difícil é propor algo de concreto que possa REALMENTE transformar a nossa triste realidade. Obrigada por abrir esse espaço para discussão.

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    8. Não critico a função social do movimento, mas a sua substância, o seu conteúdo. A função social de ir às ruas é fundamental, como dito no texto. Mas que bom seria se esse movimento que está indo às ruas se abrisse a tratar a questão da violência/segurança pública por um viés mais amplo, mais abrangente e não apenas pela questão "mais polícia nas ruas", "estamos apavorados", "redução da maioridade penal". Enfim, no meu modo de entender são soluções rasas, superficiais, que não vão atingir o cerne da problemática. A minha proposta é concreta: é repensar nosso modo de vida, refletir sobre o que causa a violência, sobre nosso modo de vida superficial, consumista, preso aos fetiches da mercadoria, aos ditames do dinheiro e de suas aparências transmutadas em produtos. Isso não está claro no texto? Acho que sim! Criticar uma sociedade doentia como a nossa é sinal de sanidade. Não criticá-la é resignar-se. Mas, enfim, entendo seu ponto de vista, mas não o endosso por achar que há, sim, claramente, um vazio ideológico no discurso do Fortaleza Apavorada. Abraços!

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    9. "Não posso aceitar que só agora, quando a violência atinge seu nicho, a classe média se organize para debater a questão da violência, quando há décadas pessoas, principalmente jovens, morrem nas periferias brasileiras e essa mesma burguesia nunca, NUNCA, se preocupou com essas mortes"

      Entao pq vc n fez uma representando seus amigos do Vila Cazumba e do Tacredo Neves??

      Aquela velha frase q ngm mais aguenta ouvir:
      "Bandido bom é bandido morto"

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    10. Anônimo "reaça", pensamentos assim como o seu me causam uma mistura de asco com pena!

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    11. "meus sonhos de rebeldia continuam acesos, vivos, pulsantes, pegando fogo como fogos de artifício cruzando o céu... "

      Pois é... Fogos de artifício são lindos e só! O seu discurso é lindo e só.

      Se é verdade que "a violência homicida no Brasil tem rosto e cor: jovem, negro, morador da periferia das grandes cidades" como vc mesmo disse, por que não vimos esses jovens antes lutando pelos direitos que são deles e nossos tb? Não seria porque a classe média é sim historicamente responsável por iniciar essas mudanças?
      Não seria burrice criticar um movimento que deu um pontapé inicial na inércia da população???
      Por que vc não divulgou o movimento com seus amigos do Tancredo Neves e Vila cazumba? Por que vc e seus amigos não clamaram "por segurança socia" chamando atenção para "as causas da insegurança que são desigualdade, exclusão e marginalização sociais, criminalização da pobreza e da negritude? Por que não se juntaram a nós e deram um sentido mais "profundo" ao movimento?

      Falar é fácil e lindo! Difícil é ta lá correndo o risco de levar bala de borracha na cara.

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  5. Não se combate a violência tratando a consequência, o crime é cometido, o bandido vai para a cadeia, mas tem mais mil deles na fila esperando a próxima vítima, todo bandido já foi uma criança sonhadora que se travestiu de super-herói e combateu o crime, mas pelas baixas oportunidades sociais e de desenvolvimento econômico de sua comunidade aliadas a falta da educação de qualidade ele adentra o crime, a injustiça social é a grande culpada. Fazer passeata cobrando uma política de paz e mais segurança do Estado não vai resolver o problema nem sensibilizar o poder público, se a alta sociedade que promove esta campanha pela paz, se preocupasse com os menos favorecidos, teríamos uma país melhor, muitas vezes a pessoa acaba de ouvir na missa ou no culto das igrejas da área nobre sobre a caridade de Jesus e em seguida olham para os flagelados e famintos com desprezo, adianta?

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  6. Eu trabalho feito um camelo dia e noite e não posso usufruir de minhas coisas que eu trabalhei pq o outro lá que não trabalha não tem e quer roubar o meu??? é isso??? Que lógica deturpada a sua cabeça meu amigo! Agora, se eles não tem condição pq o governo não dá isso pra eles, bem como os que sofrem com a seca e até hoje não conseguiram água, se estes se sentem prejudicados, pq eles não saem às ruas??? Pq eles não organizam movimentos como o Fortaleza Apavorada??? Protesto todos podem fazer!!! Basta querer! Só criticar uma manifestação pública está mais me parecendo preconceito... e este sentimento sim é complicado de se tirar de dentro do cidadão! Este seu texto é lamentável!
    E anônimo sim... esqueceu que moramos em uma cidade insegura, vingativa?

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    1. Que é isso, cara. Não precisa anonimato. Estou eu aqui me expondo, me apresentando contrário ao "Fortaleza Apavorada". Jamais me vingaria de alguém porque ele tem uma opinião divergente da minha. O meu debate está no campo das idéias e da luta social! A lógica deturpada, meu caro, é a da sociedade, da exclusão, do consumismo de aparências, da valorização do parecer, não do SER. Enfim, é fácil para um classe-mediano continuar na sua zona de conforto e dizer "por que eles não organizam movimentos em prol deles". Ora, francamente, há uma diferença absurda entre você, classe-mediano, e um morador de favela, inclusive no acesso à educação. A crítica que faço não é à manifestação em sim, mas ao vazio ideológico que ela contém.

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    2. Pra se haver uma discussão, precisa-se primeiro que as partes se proponham a fazê-lo. Como sabemos, nossos políticos são acostumados a não escutarem ninguém - principalmente o nosso governador, que apesar de ter qualidades, é incapaz de fazer reflexões quando suas ideias, como seu programa Ronda do Quarteirão, não são boas. Não vi em lugar algum que a manifestação queria apenas policiamento nas ruas ou matar favelado, e é até um oportunismo querer insinuar isso. Como você mesmo diz, se esse é um movimento da classe burguesa, sabemos que essa é a que possui maior nível educacional em média, logo duvido que a grande maioria não conheça as causas da violência. O movimento é sim válido, mas é apenas um começo, para daí se pensar em ideologia.

      Zé Carlos Mota

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  7. Excelente texto! Precisamos discutir os problemas a fundo, não apenas cair nesse discurso vazio e policialesco tão presente nesse movimento. Tenho duas indagações sobre todo esse movimento: quem são os interessados em legitimar uma situação de terror na cidade; quais sãos os interesses envolvidos? Essas questões surgem pois a violência em Fortaleza não é um fenômeno novo, no entanto não constava na pauta de discussão. O que aconteceu para que ela se transformasse na moeda de vez? Indagações que aqueles que compreendem a violência com reflexo das desigualdade sociais sabem muito bem responder.

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    1. 1- PM, político, salarial, entre outros.
      2 - O que Artur citou, nicho social afetado em conjunto com a forma de execução dos crimes e apelo da mídia para a dramatização dos casos em busca de impacto e criação do movimento.

      Concorda?

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  8. Cara, entendo seu posicionamento, mas foi o melhor que se conseguiu em termos de movimento social organizado em décadas, aqui em Fortaleza. Converse com os líderes do Fortaleza Apavorada e faça suas sugestões. O fato de existir muita desigualdade social ou de o movimento ter surgido dentro da classe média não o invalidam. Muito menos por ele ser uma reação à chegada da violência endêmica à parte "civilizada" de Fortaleza (note as aspas). Qual o poder de mobilização dos menos favorecidos? Lembra que sempre ouvimos que "só vai ter jeito se afetar os ricos"? Bem, afetou alguns e as coisas estão acontecendo. Você deveria ficar feliz de saber que, finalmente, há uma reação da sociedade, que tem gente disposta a lutar pelo interesse de todos, por mais que hajam alguns detalhes que fujam do seu objetivo mais amplo, a desigualdade social. O movimento Fortaleza Apavorada quer menos violência contra o cidadão, mais policiamento inteligente e eficaz para evitar crimes. Mas tenho certeza que também é a favor da diminuição da desigualdade, só que não há uma Secretaria de Igualdade, não há um Agente de Igualdade e sabe por que? Por que a igualdade é feita de vários aspectos. A igualdade passa pela educação, pela segurança (opa), pela saúde, pela empregabilidade, pela geração de renda e mais um monte de aspectos. O F.A. escolheu um, focou e tá tocando. Se isso não te representa, ao invés de apenas criticar, reclamar ou tentar diminuir a importância do movimento, crie o seu movimento em alguma área que possibilite diminuir a desigualdade, lute para fazê-lo crescer e ser visto pela sociedade como algo que os represente mais do que outros. Abraço!

    P.S.: desculpe o anonimato, mas não quero esticar demais essa conversa. Só acredito que seria importante te escrever essas palavras.

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    1. Correto, acho que me interpretou errado. Penso da mesma forma que você. Abraço!

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    2. ESSE foi um comentário sensato. Toda mudança começa por um grupo instruído e capaz de difundir um ideal! Temos que apoiar o movimento, fazê-lo crescer, chegar na periferia e aí sim, o povo conseguir uma mudança favorável para O POVO.
      Tentar enfraquecer ideologicamente no conforto de sua casa (por trás das grades e de muros) um movimento não partidário, apolítico e que luta por algo que afeta toda a sociedade à anos é um lamentável! Vamos lutar, vamos alcançar todas as classes e lutar pela PAZ. É um direito de todo cidadão que cumpre com suas obrigações sociais! TODOS temos que pedir o básico do direito do cidadão! BASTA!

      Larissa

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  9. Num comentário de jornal, perguntei quais as reinvidicações do movimento, houve uma única resposta, desmilitarização das polícias, no que concordo.
    Perguntei se haveria reinvidicação para atuação do poder público nos locais onde surge com mais intensidade os agentes da violência, não houve resposta.
    Então presumo que as reinvidicações serão somente policialescas,

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  10. Concordo com seu texto e vejo que o governo investiu na área de segurança, a pergunta é porque os resultados não foram satisfatórios, acho que voce respondeu a pergunta.

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    1. Valeu pela leitura, Saçuober. Pensamos, de certa forma, parecidos!

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    2. Porque ivestiu pouco e no lugar errado, desde quando policial de hilux?... comedia cearense anunciada, a prioridade do povo é outra nao hilux, aquario, ponte estaiada, .....................

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  11. Será que entraremos em Fortaleza numa época em que cada um deve preocupar-se com todos, ou continuaremos no cada um que cuide de si mesmo.

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  12. Me pergunto, temos direitos, mas quais são meus deveres e obrigações para com a sociedade?
    O que eu tenho a ver com o excluído, será que aceito ter a mesma importância na escala social que um miserável ou prefiro negligenciar as responsabilidades sociais.
    Meu amigo, é muito dificil este tipo de compromisso.
    Aguardo torcendo.

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  13. Sabe aquela frase que ouvimos ja tantas vezes: O governo quer o povo ignorante pois povo ignorante nao reinvidica, nao exige seus direitos e simplesmente sofre. Ja que agora, as vitimas sao a crescente classe media, educada e instruida, bem normal que somente agora esse movimento esta eclodindo. Pense na India, centenas de milhoes de miseraveis. Porque nao existe protesto? Porque essa populacao e alienada. Falta de comida afeta QI, pode ter certeza. Essa populacao nasceu na miseria e violencia e estao somente preocupados com o que vao comer a cada dia. O Brasil esta mais evoluido que a India, mas ainda tem uma parcela da populacao muito miseravel que nao sabe de nada de seus direitos. Espero que o Fortaleza Apavorada inclua todas essas diferentes classes do Brasil. Nao so os medicos, socialites, empresarios(conheco muitos desses que estao bem animadinhos pro evento), mas a empregada domestica, o mecanico e o lixeiro. Vamos ver...alias vou ouvir falar. Nao moro mais no Brasil.

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    1. Acho difícil essa inclusão, ca1na2da3qc, ainda mais porque a passeata já é hoje e o movimento sequer chegou a se reunir com um líder comunitário...

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  14. Muito bom o texto! Conseguiu transmitir de forma clara e direta a complexidade do tema.

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  15. Tocou bem em um ponto relevante. Mas acho que é mais uma vez o bater inaudível de uma tecla bastante usada. Se fala em educação, em saúde, em gerar oportunidades. Mas essencialmente o Brasileiro sobrevive, em todas as classes, com a mentalidade de um escravo que pensa apenas nos seus e de garantir a sua parcela. É completamente desprovida de uma ideologia racional e direcionada para o bem de todos.

    Nas salas de aula os alunos não denunciam seus amigos por colarem. Nas filas de ônibus não se respeita a ordem de chegada, sem há interesse de esperar um mais vazio, as grosserias são atiradas aos quatro cantos. No transito se para em faixa de pedestres ou entre um cruzamento e abarrotando as vias. Funcionários públicos que condenam os políticos, mas quando a oportunidade se faz, aceitam propina.

    O problema não são as imagens ou ter ao invés de ser. Essas comparações sempre foram errôneas, porque também implica em ser mais que alguém. O problema desta questão se encontra em como o Brasileiro consome e o mercado se volta, oportunista em um governo que não interfere, explorando gente que acha normal pagar três ou quatro vezes o preço de algo que o seu valor não é correspondente. A demanda define a procura e os preços orbitam em custo de produção e valor de mercado. E com isso quem sofre mais é o "pobre" que deseja e é "obrigado" a pagar um valor irreal.

    Sobre criticas as classes especificas. Quem geralmente, ao meu ver, encabeça protestos populares é justamente a classe média por tentar seguir uma ideologia, de uma forma um tanto precária, mas ainda assim tenta. Podemos argumentar que as pessoas de baixa renda não tem voz nem poder, mas o povo mesmo não protesta e se a classe média encabeça, não tem apoio.

    É uma situação tão ridícula que a classe "média" paga duas vezes, impostos para saúde, educação e demais estruturas básicas e mesmo assim usa são os serviços dos setores privados, porém esse primeiro pagamento não circula pela sociedade é roubado ou gasto em licitações de obras ineficazes.

    Na verdade o pais inteiro é uma obra da mais pura ineficiência.

    Todo mundo fala "O que o Brasil precisa é de igualdade social" "Precisa de saúde, educação, moradia e empregos". Mas nem os pobres, nem os ricos, nem a classe média protestou contra as obras da copa, contra a corrupção e a impunidade dos políticos. Aqui é cada um por si e Deus por todos. E só tenho esperança que isso venha mudar quando a sociedade Brasileira entrar em colapso.

    Quanto ao fortaleza apavorada é só mais um grupo lutando pelo seus interesses. Mas alguns textos como este, não sei se é seu caso, é da velha mania dos Brasileiros de criticar tudo que não contempla o universo. Se o esse movimento incomoda tanto, porque não protestar na frente de hospitais públicos e privados, pessoas com instrução da classe média poderiam ir as escolas para ensinarem ou que os professores sejam mais qualificados e bem pagos. Onde estão as manifestações pelo velho discurso "Saúde, educação, moradia"? Os comportamentos subversivos? O boicote econômico? A inadimplência fiscal?
    Acho que gostamos mesmo é de ter o que reclamar.

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    1. Thales, não reclamar, não gritar, não criticar uma sociedade doentia como a nossa é aceitá-la; é resignar-se aos seus ditames. E isso eu não vou fazer!

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    2. Não sugeri nada disso. Apenas que o foco é ideológico e falta prática. Que não há uma mudança ou movimento de mudança do comportamento do Brasileiro.

      Nós, em peso, gostamos de reclamar até do movimento alheio. Mas os movimentos essências não acontecem.

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  16. socialista recalcado com o velho discurso anti-elitista de vitimização da massa.. me poupe!

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    1. Nem sou. Dentre os sistemas políticos já pensados, o que mais me atrai é o anarquismo, o fim do estado, a autogestão das sociedades.

      Mas o "discurso antielitista de vitimização da massa" não está velho, não. Pelo contrário, nessa nossa atual sociedade, o povão é, sim!, quem mais é agredido, vitimado por este tecido social doentio.

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  17. Caro Artur, cheguei a seu texto por meio de uma amiga que o compartilhou em uma postagem minha do face book.
    Da uma lida, acho que estamos falando a mesma lingua.




    Acho justa qualquer manifestação cujo objetivo seja melhorias sociais. Mas a respeito da passeata contra a violência tenho um comentário a fazer...

    Nos opomos à violência, como se essa fosse a doença da sociedade. Como se fosse o vírus que infecta nossa cidade. Quando na verdade é apenas a febre ocasionada pelo vírus. Enquanto nos preocuparmos em REMEDIAR as CONSEQUÊNCIAS, nunca curaremos as reais doenças que afligem não só nosso país, como o mundo todo. Não adianta ir às passeatas contra a violência, como se ela fosse um indivíduo vivo e exterior a nós mesmos, e continuar plantando nos nossos corações os germens da ignorância, do orgulho, do egoísmo, da soberba, da vaidade. São essas as reais doenças da humanidade. Por que não organizamos mais passeatas contra o egoísmo, por exemplo?
    A violência que conhecemos, que achamos tão distante de nós até que leve alguém do nosso ciclo íntimo, essa violência começa em nós mesmos. Com a INVIGILÂNCIA de nossos pensamentos, com o DESCONTROLE de nossas emoções. A violência enquanto consequência de uma série de desordens que começam dentro de nó, só cessará quando ao invés de olhar para fora, olharmos para dentro, ao invés de culpar a violência pelos nossos problemas, como culpamos tantas outras coisas, buscarmos em nós mesmos as causas para as aflições que enfrentamos. Aquele marginal armado que nos expõe à violência, por outra perspectiva, pode ser a ferramenta que precisamos para aprender os valores eternos que já devíamos cativar, como a benevolência, o amor ao próximo, o respeito, a caridade. Como diz o ditado “ou pelo amor, ou pela dor.” Se fossemos sãos o suficiente para nos amarmos e nos respeitarmos o mínimo, que seja, não veríamos consequências sociais tão bizarras como a violência, o preconceito...
    No fundo o que eu queria dizer é. Plantem o que querem colher. Enquanto ensinarmos aos nossos sucessores o “jeitinho brasileiro”, enquanto acharmos que podemos comprar tudo, inclusive amor e amizade. Enquanto for o capital o motivo final de nossas vidas e esforços diários, enquanto nos preocuparmos apenas com nós mesmos, seja nas coisas mais pequenas como no trânsito, continuaremos sendo ensinados a nos respeitar e nos amar, PELA DOR. Se conselho fosse bom, era vendido. Mas se você quer acabar realmente com a violência, pare de culpar o governo, ou o marginal... Olhe para dentro de si, aceite sua imperfeição, e mude. De outro jeito não conseguiremos combater nada de maneira eficiente.

    Lucas Balduino.

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    1. Pois é, Lucas. Pensamos parecido. E somos muito que pensamos assim. Uma hora seremos maioria e essa sociedade podre vai cair!

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  18. Bem, não devemos generalizar nada! Eu sou a favor do movimento, não para aumentar o efetivo ou a repressão, mas para ter o direito de ir e vir quando eu quiser e a hora que eu quiser, sem correr risco de morte ou de perder o que comprei às custas de MUITO TRABALHO. Concordo que devemos acabar com a causa. Entrar nas comunidades, prender quem deve prender e dar assistência para que outros não tomem o espaço deixado pelos que foram presos. Tenho certeza que os menos favorecidos serão os mais beneficiados, pois o maior indice de homicídios está nas periferias.

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    1. Neto, sou a favor de passeatas, do povo nas ruas, reivindicando, lutando, como fazem milhares de jovens agora em São Paulo, mas não concordo e não vou endossar movimentos acéfalos, vazios de ideologia, que se propõem a discutir violência/segurança, mas se limitam a pensar no próprio umbigo. Enfim, acho que o texto já resume bem meu pensamento.

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  19. Como é que, em 2013, o cidadão ainda tem uma visão do mundo impregnada de Hegel e Marx? Chega a ser engraçado. Deixa eu fazer uma perguntinha pra saber se vale a pena discutir: o que você pensa de Fidel Castro, meu caro?

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    1. Jorge, acho engraçado você dizer que, em pleno 2013 "o cidadão ainda tem uma visão do mundo impregnada de Hegel e Marx", quando você, pelo visto, tem uma visão impregnada de Locke, cujas idéias são mais de um século anteriores às de Marx.

      Minha idéia sobre Cuba e o regime de Fidel está exposta há muito tempo, nesse meu texto: http://impressoesmundanas.blogspot.com.br/2012/02/cuba-apesar-do-bloqueio-ilha-resiste.html

      Dá uma lida lá! Abraço!

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    2. Minha nossa, Locke? hahahaha. Você já ouviu falar em Burke, Kirk, Hayek, Mises? Vai lá no Wikipedia, vai, pra dizer que você sabe quem é. Quanto à Cuba, realmente, mostra a sua desonestidade intelectual. É uma ditadura, meu amigo! Como você pode tentar defender um regime que fuzila quem pensa diferente? É triste que a UFC continue reproduzindo esse tipo de pensamento. Faz mais de 10 anos que saí de lá e nada mudou. Ainda há quem defenda um modo de produção que, no séc. XX, matou mais gente que as duas guerras mundiais juntas. Por último, proponho um experimento: por que você - e alguns amigos que pensem igual - não fazem um comunidade socialista em alguma favela? Dividam tudo que vocês produzem. Dêem o exemplo!

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    3. Jorge, tenho preguiça de conversar com gente que pensa assim como você. Abraços!

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  20. Texto extremamente preconceituoso. E o pior: passando-se por bonzinho. Preconceituoso porque identifica o crime somente à pobreza e à falta de educação. Como se o Congresso Nacional não estivesse cheio de políticos ricos, educados e ladrões. Sarney é escritor, Temer é poeta, Collor é orador... Por outro lado, a grande maioria dos pobres é honesta e trabalhadora e, certamente, discorda do autor. É humilhante para alguém pobre escutar que a pobreza leva ao crime.

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    1. Janaína, ou você leu outro texto, ou age de má-fé com o seu argumento, ou você tem problema de compreensão de textos. Das três, uma! Não sei, sinceramente, de onde você tirou esse idéia de jerico. Não tenho dúvidas de que nas favelas há pessoas honestas. Frequento-as, tenho amigos que moram no Tancredo Neves e na Vila Cazumba, favelas próximas à minha casa, na Cidade dos Funcionários. Pelo contrário, essas favelas são as maiores vítimas da sociedade do espetáculo, da sociedade do consumo. Não toquei no meu artigo no crime de colarinho branco, realizado por empresários, políticos, banqueiros etc. porque achei necessário. A violência do texto retratada é a simbólica, mas destrutiva e real, que a favela sofre cotidianamente. O aumento dos assaltos à mão armada, sequestros e homicídio protagonizados por moradores da favelas, em sua maioria, é simplesmente uma reação, um contra-ataque à violência, à opressão e à marginalização social que eles são vítimas há décadas. Se for analisar a história do Brasil, na verdade, há séculos. Enfim, peço que releia o texto para não colocar contextos não utilizados na minha argumentação. Saudações!

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    2. Janaína, verdade. Neste ponto Artur tem razão, venho aqui defender desta vez, porque já o critiquei em outros pontos. Enfim. Exemplo real prático, para melhor entender. Um mendigo encostou de propósito em uma pessoa na parada de Ônibus, essa pessoa ficou chateada e reclamou, ele continuou de cabeça baixa, na esquina pegou uma pedra e ameaçou jogar, se aproximou. Uma terceira pessoa, tentou consola-lo, foi então que ele começou a desabafar e dizer que o coração dói, quando deita para dormir em uma noite fria em um pedaço de papelão, e eles não sabiam o que é isso. A encostada, foi uma provocação, ele quer mostrar que existe, está lá! Então podemos imaginar como é, com sua diferença e variedade de condições, a dificuldade de cada um. Todos temos um papel, e isto envolve muita coisa, as vezes um ato de doar, você não sabe a quem, não confia, por conta de tanta corrupção. Enfim. Assim como o preconceito as vezes de forma errada em se manifestar, mesmo por conta de dizer um basta, e mostrar como talvez, não se zanguem com a comparação, mas o mendigo que quer ser visto! Que já não aguentamos mais!

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  21. POR: ANONIMO XYZ

    FORTALEZA APAVORADA

    Ninguém tem o direito de subtrair algo material e principalmente a vida de alguém por "vontade" de ter algo que não tem. Antigamente os roubos eram por necessidade. Hoje roubam porque, como você mesmo disse, "querem" ter um iPhone 5.
    Eu não tenho um pois acho um luxo desnecessário. Porém, não me vem ao caso criticar ou roubar ou matar quem o tenha.

    DIFERENÇA SOCIAL

    Existe e como li em um comentário anterior, para mudar, é preciso primeiramente mudar o pensamento das classes "menos favorecidas" mostrando que é melhor trabalhar ao invés de ter filhos e receber bolsa-ociosidade.
    Tem trabalho para todo mundo ? Atualmente não.
    Mas com toda essa dinheirama distribuída sem controle e todo o desvio que todos sabemos que acontece, seria possível desenvolver diversas atividades industriais, comerciais e serviços mantidas pelo próprio governo. Por exemplo, imagine que você crie uma indústria de qualquer coisa que seja e que você tenha todos os meses um recurso disponível para manter essa indústria ( verba da bolsa-sossego ), além do faturamento gerado pela própria produção ? Não existe qualquer negócio que tenha esse respaldo e que porventura, possa correr sequer risco de quebrar ( a menos que alguém esteja desviando verba ).
    Todos esses anos de bolsa-cabide já pagos poderiam ter criado emprego para milhares de pessoas nesse modelo que estariam recebendo $$ justo por produzir algo e não por permanecer ocioso propositalmente pois esse é o pré requisito. Você acha que os beneficiários do bolsa-descanso querem arrumar atividade profissional ?

    FORTALEZA APAVORADA x FORTALEZA TRABALHADORA

    Agora, comparando um movimento anti violência com um movimento social anti bolsa vagabundagem, você acha que teríamos grande adesão por parte dos beneficiários brigando pela idéia que dei acima ?

    Acredito que VOCÊ pode iniciar um movimento desse tipo em "prol" das classes "menos favorecidas" explicando a todos que estará reivindicando a transferência dos recursos do bolsa família para o desenvolvimento de emprego a todos os beneficiários, inclusive com aumento de 10% para cada um, já que estarão produzindo algo que irá gerar faturamento.

    Eu acho que todos nós queremos que as pessoas cresçam, se desenvolvam, busquem melhorar suas condições de vida e vejo muita gente, inclusive o Jose da Vila Cazumba batalhando para isso, mas jamais devemos aceitar que meliantes que jamais aceitariam trabalhar para ter algo ( pois é mais rápido e menos desgastante roubar e matar ) desprezem a vida de outras pessoas, sejam elas do Aldeota ou do Tancredo Neves, como você citou.

    Abçs



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  22. Apesar de querer demonstrar ser um grande conhecedor da realidade das comunidades, você não se atenta que os “negros, jovens, criminosos" acrescento saudáveis e inteligentes, são uma minoria dentro da classe pobre. A maioria é composta de gente trabalhadora que, diferentemente de você, não legitima nem justifica a violenta, mesmo com a realidade bizarra que os políticos impoem. Ademais, você tenta polemizar algosimples, é natural que as pessoa em qualquer lugar do mundo so sw manifestem quando atingidas... Luta de classes mesmo.

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    1. Anônimo, pro seu comentário, vou reproduzir uma resposta que dei logo acima a outra leitora: "ou você leu outro texto, ou age de má-fé com o seu argumento, ou você tem problema de compreensão de textos. Das três, uma! Não sei, sinceramente, de onde você tirou esse idéia de jerico. Não tenho dúvidas de que nas favelas há pessoas honestas. Frequento-as, tenho amigos que moram no Tancredo Neves e na Vila Cazumba, favelas próximas à minha casa, na Cidade dos Funcionários. Pelo contrário, essas favelas são as maiores vítimas da sociedade do espetáculo, da sociedade do consumo. Não toquei no meu artigo no crime de colarinho branco, realizado por empresários, políticos, banqueiros etc. porque achei necessário. A violência do texto retratada é a simbólica, mas destrutiva e real, que a favela sofre cotidianamente. O aumento dos assaltos à mão armada, sequestros e homicídio protagonizados por moradores da favelas, em sua maioria, é simplesmente uma reação, um contra-ataque à violência, à opressão e à marginalização social que eles são vítimas há décadas. Se for analisar a história do Brasil, na verdade, há séculos. Enfim, peço que releia o texto para não colocar contextos não utilizados na minha argumentação. Saudações!"

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    2. Nenhuma das opções. Reflita melhor sobre o que escreveu... Fora soltar várias observações óbvias, destilou preconceito associada a uma lógica psicopata para justificar a criminalidade. Lógica essa que nem a sociedade pobre não aceita.

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    3. Anônimo, tô com uma preguiça danada de debater contigo ó...

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  23. Meu caro, quanto desserviço esse seu texto. Vomitando preconceito. Os seus argumentos sobre a origem do problema são óbvios, não dá pra discordar. Acho lamentável usá-los para desqualificar esse movimento. Afinal, por que o movimento incomoda tanto? Ele é absolutamente legítimo e válido. Porque suscita discussão, porque pressiona o poder público, porque também questiona o que vem sendo feito, inclusive a política de segurança que você mesmo critica. O mundo não precisa ser constantemente resumido por essa visão maniqueísta. O vazio ideológico do movimento também não o desqualifica, meu caro. Aliás, esse seu tipo de discurso é também altamente elitista. Você é uma pessoa instruída e deve saber que boa parte da nossa classe média não leu um terço do que provavelmente você leu. E essa classe média pouco instruída, conservadora, de consumos burgueses, também não é vítima? Se considerarmos a sua linha de raciocínio sim. Pois eles também estão lá no movimento. Eles estão aqui comentando no seu blog. E eles são vazios e têm argumentos tão rasos... mas desqualificar essa insatisfação também não resolve. Simplesmente não é por aí.
    Aliás, a minha experiência no Tancredo Neves é completamente diferente da sua. Esse código de conduta tácito simplesmente não existe assim como você diz. Procure se informar melhor.

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    1. Anônimo, minha experiência no Tancredo Neves é de mais de uma década. Você não tem legitimidade nenhuma para desconsiderá-la. Identifique-se, antes de tudo.

      Quanto aos seus argumentos, como estou com uma preguiça danada de escrever, é só ler algumas respostas acima ou o artigo novamente e saberá minha opinião. Abraços!

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  24. Acabo de chegar da manifestação. Ô Artur, havia uma família inteira com a foto do filho assassinado. Estavam chorando. Explica pra eles, com essa sua retórica doentia, que eles estão errados em protestar.

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    1. Samantha, tu conhece a família? Pois explica para ela que anteontem morreram dois pivetes (nenhum tinha nem 20 anos) lá no Tasso, vizinho ao Tancredo Neves, e tem duas mães lá chorando desesperadas porque não vão ter mais seus filhos. Melhor, pede pra essa família ir conversar com as de lá e, talvez, eles cheguem à conclusão de quem mais sofre com a violência.

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  25. Na sua opinião ate quando a classe média tem que ser assaltada, sofrer maus tratos físicos e psicológicos e até mesmo morrer pra isso acabar?! Nem consegui ler isso tudo....você fala isso porque certamente nunca perdeu um ente querido vitima de assalto..nunca teve um parente sequestrado!

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    1. Já perdi pessoas queridas por essa mesma violência, anônimo. Já perdi amigos próximos, inclusive. Isso não deslegitima meu discurso, pelo contrário, fortalece-o, na minha visão.

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  26. Nossa, como você é triste, Artur! Quanta hipocrisia!

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    1. Nossa, como você é triste, Anônimo! Quanta hipocrisia!

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  27. Quando comecei a ler o texto pensava que sua preocupação era social. Pensava que você estava defendo os mais "oprimidos" socialmente. Porém, no decorrer do texto ficou claro que sua preocupação era somente defender sua vaidade esquerdista e segregadora. Ficou claro que sua preocupação não era com a classe dita "oprimida", e sim, criticar pessoas que tem padrão de vida diferente dom seu.

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    1. Perfeito, bem colocadíssimo, esse texto é exatamente isso.

      Carlos Antonio

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    2. Antonio Brito Jr, que pena que você entendeu dessa forma o artigo. Enfim, o texto é, de fato, para livre interpretação. Ainda bem que a maioria esmagadora das pessoas compreendeu-o de outra maneira diferente da sua. Abraço!

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    3. Tive a mesma sensação...

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  28. Excelente texto Artur! Achei muito interessante também a polêmica gerada por ele. Considero a polêmica construtiva desde que se retire dela algum amadurecimento. Através do enriquecimento proporcionado por ângulos de visão diferentes, mesmo que as vezes opostos. Considero desprezíveis dentro deste contexto os "idiotas anônimos" e os "discursinhos prontos" de quem não sabe pensar mas gosta de aparecer e fica repetindo algumas frases estúpidas que aprendeu no seu universinho inútil.Aproveito pra lhe dar os parabéns pelo primoroso texto que demonstra visão aguda e profunda maturidade.

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    1. Valeu pela leitura e pelas palavras, Marcus. Estamos juntos na luta, mermão!

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    2. É bicho, quando o cara age com preconceito, e acolhe. Opiniões contrárias são sempre um... ó, preguiça. E outra, qual o problema do anonimato com vocês? Invalida algo dito?

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  29. Parabéns Artur Pires !
    Concordo plenamente com seu texto, sem mexer em uma vírgula, infelizmente temos que conviver com essa burguesia escrota que agora anda "apavorada", como esperar algo diferente do governo que é o espelho dessa sociedade?
    O governo compra carros novos, armas novas e aumenta o efetivo... A burguesia investe em carro blindado, cerca elétrica e segurança particular...
    Burrice é a nossa achar que eles irão se manifestar a favor do coletivo, a favor de uma sociedade mais justa e consequentemente uma cidade melhor para todos e não para apenas 10% da população.
    Assisti a manifestação e vi alguns cartazes pedindo por "Igualdade social", talvez seja o inicio de uma mudança, afinal egoísmo e estupidez tem limite...
    Abraço!

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    1. Valeu pela leitura, Sergio. Esteja certo: somos muitos e ainda seremos a maioria. É preciso repensar essa sociedade. Abraços!

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    2. Anônimo amigo, esse cartaz poderia ser você, eu fui e voltei para casa de Ônibus, pintado. Sinta-se parte, você é. Todos são, se você acredita, você pode. Se não acredita, não.

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    3. O que me deixa mais triste são aqueles que se acham burgueses sem realmente ser. A ignorancia sobre nosso sistema econômico é enorme. Coitados, querem tanto ser uma coisa que jamais serão porque assim o sistema o quer a imutabilidade.

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  30. O “Fortaleza Apavorada” quer ir tranquilo ao Iguatemi sem se deparar com algum “bandido” que roube seu Iphone 5.
    É mesmo é??? Pois te digo, quero APENAS poder sair de casa para TRABALHAR e voltar VIVA.

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  31. Excelente texto! vc viu o artigo da professora Sandra Helena, no O povo? bem condizente com o seu. Eles não estão errados em fazer passeatas, afinal agora a violência chegou ao nicho deles. Quando os professores fizeram passeatas essa mesma classe média os taxou de vagabundos.

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    1. Coitados de vocês...sempre do contra...
      Professores foram apoiados. Apenas o governo não os apoiou. E quanto ao artigo da professora Sandra Helena, nunca vi algo tão medíocre quanto aquele artigo, aí sim, apenas ela não deveria ser apoiada como professora, deviam ter vergonha desse pensamento populista e castrador da força pública verdadeira.

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    2. Quem é do contra? Infelizmente a cidade está cheia de canalhas anônimos como você, covardes e egoístas. Nada mais medíocre que o anonimato!

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    3. Eu não vi ninguém na passeata da comitiva apavorada na passeata dos professores. acho que não interessava a eles. Novamente, um texto lúcido onde predomina a individualidade e a escuridão. Parabéns!!!!!

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    4. Oi, Carol. Claro que li o artigo da Sandra Helena. Muito bom! Valeu pela leitura. Abraços!

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  32. Engraçado Artur...morar no meio de uma favela no Mondubim a 25 anos não me impediu de ser assaltado em frente de casa, será que nao tem como você levar algum dos "Pilantras" do Tancredo pra passar esse código pra galera aqui??
    Ps: Meu nome é Jessé

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    1. Jessé, não conheço a realidade do Mondubim. A única coisa que conheço daí é a bonita lagoa pela qual passo toda vez que vou jogar no Canindezinho. Quanto à sua indagação, ela se perde no seu preconceito. Abraços!

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  33. Parabéns Arthur, vc ja pode virar apresentador do "casos de familia" ou do "brasil urgente"!!! É so mais um querendo virar "espetaculo".

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    1. Maxo, como tu adivinhou? Esse sempre foi meu sonho! Hehehehe...

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  34. Artur Pires você é um idealista frustrado que aparentemente, não faz nada, apenas escreve. Esse foi um movimento em prol do bem da cidade inteira (melhor fazer algo, mesmo que seja desesperado e sem muito planejamento, do que não fazer nada e ficar escrevendo besteiras contra/movimento a respeito de um paraíso utópico onde todos deviam ser iguais). Se isso foi feito por pessoas que fazem parte das classes X ou não, não interessa á causa, o que interessa é que finalmente algo foi feito a respeito, esse foi um movimento aberto, todos foram bem vindos e em questão da comunicação, foi amplamente compartilhado, o acesso a internet hoje já pertence a todas as classes , diga-se de passagem o boato do bolsa-família que pelo visto interessou a muitos. Enfim se o "povo de classe baixa" (como você mesmo os descrimina)quiser, tem todo o direito de fazer um movimento mas deveriam ter pegado carona nesse já que lhes faz tanta necessidade (parece que menos do que o dinheiro do bolsa-família). Acho que você deveria mesmo era ficar calado e parar de falar besteirol em público, infelizmente me mostraram esse texto e caí na besteira de ler, se isso não tivesse acontecido teria menos um estresse na vida!! Passar bem.

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    1. Anônimos, estou com uma preguiça danada de responder a vocês. Saudações!

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  35. Ótimas idéias em um texto um pouco polêmico, mas, parabéns!!

    Artur Bezerra

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  36. Parabéns pelo texto, e me surpreende que muitos não o entenderam!! Abraços

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    1. Valeu AMO. Mas a mim não surpreende que vááárias pessoas não entenderam (ou não quiseram entender, né?) o texto. É típico dos "reaças"...

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  37. Bom texto, cara.
    Como falei para alguns amigos, sou a favor de qualquer movimentação, mas só acho muito fácil descer até a Beira-Mar e pedir por paz. Com aquele vento e aquela vista, né?

    Deveria ser em algum ponto crítico de assaltos ou mortes de Fortaleza... aí sim.

    Enfim...

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    1. Valeu Tiago. Obrigado pela leitura e pelo comentário. Abraços!

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  38. Eu queria comentar algo, mas eu não tenho inteligência suficiente para discutir com esses caras, nem ler os livros que eles me recomendaram. Até porque tenho minha vida, batalho por um lugar ao sol. Mas um bandido pode tirar isso de mim sem pestanejar. Desculpem minhas simples palavras. Em resumo isso tudo ai é hipocrisia mesmo. Agora é hora de reprimir mesmo, basta! No futuro quem sabe o caminho pode mudar.

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    1. Hipocrisia é manter (e fazer de tudo para manter) privilégios históricos, anônimo.

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  39. Artur, esse texto também serve pra discussão. http://migre.me/f12uP

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    1. Muito bom o texto, André. É o Alemão é? Se for, um abração meu chapa!

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  40. Estudei com esse cara! Só queria dizer isso! heheh

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  41. Belo Texto Artur Parabens!
    Sou "Favelada", moro na comunidade Poço da Draga que está sendo Apavorada pela ideia de ser retirada, por causa do aquario...
    Pavor é ver todos os seus vizinhos trancando as Portas quando o Raio ou a Cotam invadem a comunidade para buscar fazer a "PAZ"...~Não fui para esse evento por que não suporto a maneira que olham para mim, por não estar usando uma roupa de marca ou por não ter o cabelo Liso...Quero muito mais do que policia na rua, quero educação para meus filhos, para que não olhem pra eles com desprezo por que eles não podem ter um tablet da moda!

    obrigado pela oportunidade de desabafo!

    Izabel L.

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    1. Massa Izabel. Pessoas como você me dão um ânimo danado viu. É das favelas, é da opressão que sairá a revolução. Abraços!!

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  42. O País está falho em todos os aspectos, politica, educação, saúde, politica contra as drogas, liberdade de expressão, militância e vários outros . A nossa cidade sofre isso desde sempre, mas como chegou na 'parte alta' da sociedade todos se colocam a favor, mtos sem nem saber do que se trata. A unica militância q nos resta eh a própria revoluçao, nao consumismo, pelo menos a consciência tranquila por n votar (NULO) n participar desse circo q eh o nosso país... isso seria uma REEDUCAÇÃO de qualidade... uma reeducaçao de INDEPENDENCIA. enquanto o povo depender do poder pra reivindicar ou pra fazer qqer coisa estaremos na ditadura!... Belo Texto...

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    1. Valeu Mario João. Estamos juntos, mermão. A revolução não será (ou será?) televisionada! Abraços!

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  43. Parabéns pelo texto.
    Gostaria de ver um "movimento" desse em minha periferia.
    Te seguindo <3

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  44. O que não me cabe na cabeça até agora é simples: Não podem os burgueses se manifestar? É vedado aos abonados a livre manifestação de suas ansiedades?

    Rapaz, pra mim TODO E QUALQUER CIDADÃO tem o livre direito de se ajuntar e tacar a boca no trombone... Você pode aderir ou não. É simples.

    Abraço.

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    1. Concordo Everaldo que todo e qualquer cidadão tem o direito de se manifestar. Agora, todo cidadão também tem o direito de criticar alguma manifestação que não lhe representa. É o que faço com o "Fortaleza Apavorada". Vou replicar um parágrafo do artigo para que fique claro: "O problema, logicamente, não é ir às ruas reivindicar por segurança ou qualquer outra questão que incomode. Pelo contrário, ocupar, ou melhor, invadir, tomar conta das ruas para protestar é essencial às sociedades; é o que as mantêm vivas, pulsantes, orgânicas. Sem o povo nas ruas, as sociedades estagnam no conservadorismo e na manutenção das velhas ordens do poder. Mas o “Fortaleza Apavorada” não quer mexer nas estruturas sociais. O “Fortaleza Apavorada” quer ir tranquilo ao Iguatemi sem se deparar com algum “bandido” que roube seu Iphone 5. O “Fortaleza Apavorada” quer mais policiais nas ruas e mais repressão nas favelas. O “Fortaleza “Apavorada” não quer que a violência social gerada pela quinta cidade mais desigual do mundo respingue nele. Não duvido nada que o “Fortaleza Apavorada” queira também a redução da maioridade penal. O “Fortaleza Apavorada”, em resumo, quer segurança para manter seu padrão de vida burguês sem ser importunado pelos excluídos da cidade. Quando um movimento civil clama por segurança social, mas ignora completamente as causas da insegurança - desigualdade, exclusão e marginalização sociais, criminalização da pobreza e da negritude, etc. - o que ele quer é simplesmente manutenção de privilégios. Ou não é?". Saudações!

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  45. Poxa, Arthur, que chato, você escreveu um texto tão bem explicado e com colocações tão bem organizadas e embasadas dai vem um monte de gente que parece que não teve aulo de interpretação de texto, ou mesmo teve preguiça de lê-lo inteiro, e fica fazendo pergunta e questionamento incoerente com o assunto e com a suas abordagens... é essa a mentalidade das pessoas da nossa cidade... força cara! vamos mudar isso!

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    1. Valeu pela leitura e pela força Alencar. Estamos juntos, camarada! Abração!

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  46. Muito bem, Arthur, o seu texto é coberto de bom senso e acertos. De fato, o ideal (o "ideal", veja bem) seria que nos manifestássemos a respeito da raiz dos problemas e exigíssemos mudanças mais profundas e sensíveis. Eu sou estudante e trabalhadora, moro na periferia, estudo no Benfica e trabalho no centro da cidade. Sei muito bem do conformismo e da apatia que nós, moradores das regiões mais pobres, concedemos aos fatos violentos que acontecem todos os dias, bem pertinho de nós, justamente por serem parte do processo antigo e profundamente entranhado em nossa sociedade que você mencionou. Para a classe média, isso é coisa relativamente nova, atrevo-me a dizer, pelo menos em termos de quantidade de ocorrências. Entretanto, será isso suficiente para invalidar o sentimento que reuniu essas pessoas? Em se tratando de lutas sociais, nós, cearenses (e brasileiros) ainda estamos engatinhando. Todo esse "mimimi" classista (com o perdão da pobreza do termo) de nada adianta. Povo desunido é povo vencido. Que a classe média vá às ruas sim! E que nós, os que não têm os mesmos privilégios, os que, de tão vítimas, já nem têm mais força para estar "apavorados", sejamos finalmente acordados por essa causa que também é nossa e tenhamos força e coragem para ir às ruas também, pedir justiça pela vida dos nossos amigos e parentes, pelos bens que nos foram tomados, pelo medo diário, enfim. E que todos os críticos, pessoas como você, que conseguem enxergar para além desse movimento, que conseguem discernir as causas primeiras da violência que vivemos e que têm consciência de que "o buraco é mais embaixo", tenham ombridade para organizar movimento semelhante. Criticar a iniciativa dos outros é muito cômoda. Que tal reunir-se com os organizadores do evento, da próxima vez, e dividir os seus anseios e preocupações? Ou, melhor ainda, que tal levantar a bandeira de um movimento novo, mais profundo, mais coerente, do jeito que você gostaria que esse aqui tivesse sido? Acredite, eu estarei lá. E vou juntar minha voz à sua, more você no Pirambu ou na Cidade dos Funcionários.


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    1. Kah, conheço pessoas que tentaram se juntar ao movimento "Fortaleza Apavorada" e propuseram aumentar o leque da reivindicações, fugindo da questão superficial e atacando as raízes da violência. Sabe o que aconteceu com estas pessoas? Foram expulsas do grupo do Fortaleza Apavorada no Facebook. Inclusive, por este motivo, as pessoas expulsas criaram um novo movimento, Fortaleza de Paz e Alvorada. Enfim, Kah, criticar uma sociedade doente e movimentos acéfalos como o Fortaleza Apavorada não é cômodo, pelo contrário, é necessário, fundamental, pelo menos para mim enquanto comunicador social.

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  47. Talvez até seja que a marcha foque na segurança da burguesia, mas eu acho que marcha pela paz serve vindo de qualquer um. O seu texto está cheio de suposições sobre os interesse da marcha, mas de onde vc tirou isso? Como vc tem certeza disso? Pelo me entedimento, ela busca paz. Paz pra aquele que quer andar na rua sem medo de perder meu Iphone 5 ou minha vida.

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    1. O texto não tem suposições, tem constatações, caro anônimo. Todas as informações colhidas das páginas do grupo no Facebook. Sim, o movimento busca paz, mas paz apenas para eles, ou seja, a burguesia que quer ir tranquilo ao Iguatemi sem temer perder seu Iphone 5. A questão não é a "marcha pela paz", mas o vazio ideológico do movimento, a acefalia do Fortaleza Apavorada.

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  48. Este comentário foi removido pelo autor.

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  49. Caro Artur, gostei muito do texto e do clipe do Rappa, mas com uma coisa eu discordo. Na classe média cearense a qual me insiro, não me considero burgues porque vendo a força de meu trabalho e não detenho nenhum meio de produção como muitos que participaram do Fortaleza apavorada. Venho de uma família graças a Deus, no meu entender politizada, meu Tio foi Frei de Tito de Alencar Lima, meu pai foi presidente do sindicado dos bancarios, filiado ao antigo PC foi morar na URSS, de 64 a 66 e anistiado em 90. Gostaria de dizer que vendo diversos comentários que li que a classes menos favorecidas não foram incluídas ou consultadas atraves de seus lideres comunitários ou movimentos sociais. Concordo com você, mas faço um parentese. Trabalhei no conjunto Jose Walter no PSF, conjunto curio, conjunto são miguel e tive oportunidade de conhecer líderes comunitários e presidentes de conselhos tutelares e o que observei que todos estes tinham alguma aspiração política e estavam sempre ligados de alguma forma a partidos políticos. Quero dizer que o interesse não eram apenas em suas comunidades mas também em vantagem pessoal. Paises latino americanos vizinhos nossos que tem desigualdades sociais como a nossa. Concentração de renda como as nossa. A africa como um todo, a Ásia, o leste europeu e Russia idem. Mas você não vê numeros tão alarmantes de mortes violentas como o Brasil. Segundo ponto que gostaria de tocar. No Brasil o problema só não são os politicos e a elite burguesa, no seguinte aspecto. Porque quando vejo colegas que entram no serviço público por exemplo ganhando bons salários o comentário é o seguinte: agora vou ganhar bem e trabalhar pouco. Porque trabalhei 10 anos no serviço público via do pobre e aquele que se dizem burgueses (porque para mim burgueses mesmos são os detentores dos meios de produção) não querendo trabalhar? Porque vejo no Brasil a mania de sua população querendo se dar bem seja ela pobre ou classe média ou rica? O quero dizer no final das contas é que existe como o texto fala muito bem de uma inversão de valores do ser X ter e o ter é superestimado tanto pela classe alta como pela classe média e o pobre. Quanto a organização politica no Brasil voto nulo. Mas uma revolução com o tipo de valores morais e éticos de nossa sociedade é basicamente impossível, porque nossa sociedade não quer o bem da sociedade não, nosso cidadão pensa somente nele. Ele não pensa no papel social do seu trabalho. Como um país onde sua população não tem consciencia disso pode fazer uma revolução. Onde estão os movimentos sociais que o PT em quem votei por sei lá quantas eleiçoes levaram ao poder, quantos lideres de movimentos comunitários foram levados ao poder e onde eles estão hoje? O poder os corrompeu? Vejo todos os dias entre "ricos e burgueses e pobres e proletariado" todos querendo levar vantagem uns dos outros e ninguém acha isso corrupção de seus valores morais e quando alguém ousa tocar no assunto é porque é besta, ingenuo. Estou devaneando? Quanto ao Fortaleza apavorada acho que algo bom tem nela. Não podemos chegar a uma sociedade de anarquia onde não existe estado e o povo se auto governa mas pelo menos um qualidade de vida melhor temos que ter. Me desculpe já fui assaltado 3 vezes e duas das quais tive um revolver apontado pra minha cabeça. Não adianta negar vivemos em quase guerra civil (e o olha que tem guerra civil que se mata menos que aqui. Se não puder ter minha revolução quero pelo menos um capitalismo como o da noruega, dinamarca e suécia. Sonho sei, mas como está não da pra continuar. Ainda bem que a classe média foi a rua, pena que a classe baixa não foi antes. E pra falar a verdade poderia ter ido atraves de seus lideres comunitários e seus movimentos sociais, mas não foram. Digo ainda bem que pelo menos alguém ta reclamando porque antes ninguém reclamava em voz alta. E te digo mais. Triste daqueles que são assalariados ou vende sua força de trabalho e se acha burgues. Grande abraço e é bom conversar com alguém que pensa parecido. Pelo menos eu acho.

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  50. Resumindo: Muita gente no fortaleza apavorada quer uma resolução pela força policial quer sim, pela redução da maioridade penal sim (sou a favor quando o Brasil evoluir para a suecia e dinamarca antes não). Mas pelo menos Artur eles ja estam pelo menos falando. Ao meu modo de ver é alguma coisa. E penso que o brasileiro tem um problema moral grande, ele não sabe o que é comunidade, LEI DE GERSON tanto do mais rico ao mais pobre. Ao meu ver enquanto isso não mudar. Como vai haver todas as mudanças que você citou em seu texto? Gostaria que elas ocorressem, mas com este pensamento que está enraizado não sei se mudanças como estas ocorrerão no médio prazo? E por fim, me responda: O PODER CORROMPE ATÉ A MAIS PURAS DAS ALMAS?
    Vou acompanhar seu blog agora. Grande abraço!

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    1. Valeu pela leitura Samuel e por nos acompanhar. Abração!

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  51. Coloca aqui para todos e principalmente para o anonimo a letra de JOHN LENNON. De como acho que deveria ser o mundo. Não é utopia é só querer e deixarmos nosso egoismo de lado.

    Imagine
    Imagine que não há paraíso
    É fácil se você tentar
    Nenhum inferno abaixo de nós
    Acima de nós apenas o céu
    Imagine todas as pessoas
    Vivendo para o hoje

    Imagine não existir países
    Não é difícil de fazer
    Nada pelo que matar ou morrer
    E nenhuma religião também
    Imagine todas as pessoas
    Vivendo a vida em paz

    Você pode dizer
    Que sou um sonhador
    Mas não sou o único
    Tenho a esperança de que um dia
    Você se juntará a nós
    E o mundo será como um só

    Imagine não existir posses
    Me pergunto se você consegue
    Sem necessidade de ganância ou fome
    Uma irmandade do Homem
    Imagine todas as pessoas
    Compartilhando todo o mundo

    Você pode dizer
    Que sou um sonhador
    Mas não sou o único
    Tenho a esperança de que um dia
    Você se juntará a nós
    E o mundo viverá como um só

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    1. Artur, não leva a mal, mas voce devia publicar era o texto dele! Nao se atenha a criticar o movimento... Nao sei se voce teve algum familiar vitima de violência, mas acho difícil que quem ja passou por isso deixe de apoiar qualquer manifestação contra ela. Chamar a classe media de burguesa é muito simplório, a nossa cultura toda é que esta errada. Do pobre que rouba o patrão, do cara de classe media que rouba musicas e filmes na internet e sonega impostos ao político que desvia bilhões e o empresário que corrompe.

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    2. Enfim... Samuel, voce tambem tem um blog?

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    3. Raimundo, minha crítica não é à manifestação em si, mas à sua causa (fim da violência para nós, da classe média, que estamos "apavorados"). Ora, o movimento pelo fim da violência deve ser necessariamente o movimento pelo fim das desigualdades sociais, o que não foi em momento nenhum ponto de discussão do Fortaleza Apavorada; daí minha crítica ao movimento!

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    4. Raimundo Felipe obrigado pelo elogio ao texto! Não escrevo bem e por isso não tenho blog (kkkkkkkk). Mas não, concordo com o Artur em tese, mas levantei algumas questões que eu mesmo me levantei e não obtive de mim mesmo respostas claras. Por isso fiz para o nobre colega Artur!!!! Mas se fosse fazer um blog seria sobre minha filha que tem paralisia cerebral!!!! Grande abraço e obrigado por elogiar meu texto!

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  52. "meus sonhos de rebeldia continuam acesos, vivos, pulsantes, pegando fogo como fogos de artifício cruzando o céu... "

    Pois é... Fogos de artifício são lindos, e só! O seu discurso é lindo, e só.

    Se é verdade que "a violência homicida no Brasil tem rosto e cor: jovem, negro, morador da periferia das grandes cidades" como vc mesmo disse, por que não vimos esses jovens antes lutando pelos direitos que são deles e nossos tb? Não seria porque a classe média é sim historicamente responsável por iniciar essas mudanças?
    Não seria burrice criticar um movimento que deu um pontapé inicial na inércia da população???
    Por que vc não divulgou o movimento com seus amigos do Tancredo Neves e Vila cazumba? Por que vc e seus amigos não clamaram "por segurança socia" chamando atenção para "as causas da insegurança que são desigualdade, exclusão e marginalização sociais, criminalização da pobreza e da negritude", como vc mesmo disse no seu texto? Por que não se juntaram a nós e deram um sentido mais "profundo" ao movimento?

    Falar é fácil e lindo! Difícil é ta lá correndo o risco de levar bala de borracha na cara como nós corremos pra lutar por vc e por todos que ficaram tranquilamente com a "boca escancarada, cheia de dentes", falando merda e esperando a morte chegar.

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    1. Neste caso concordo porque os movimentos populares e lideres comunitários não procuraram o Fortaleza apavorada para ampliar o leque de negociação? É uma verdade poderia e concordo que deveria ter procurado sim porque a luta é legitima e podemos nos unir ao movimento que aqui começa por uma mudança no Brasil. O acorda Brasil!!!!! Pensem nisso, temos que nos unir. Aposto que os que aqui escrevem nenhum é verdadeiramente rico. Então nos unamos ninguém é diferente de ninguém somos todos HUMANOS!

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    2. Anônimo, não use o nome (ou as letras) de Raul Seixas em vão... É uma blasfêmia, meu caro.

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  53. Artur, parabéns pelo texto!
    É triste vê-lo sendo atacado por pessoas que se incomodaram com essas verdades escritas. Mas não esqueça, o sábio agradece quando alguém lhe abre os olhos.Já o ignorante demonstra repudio e ódio!
    Continuemos com os sonhos pois uma vida sem sonhos é pesadelos na certa.

    Igualdade para todos é a nossa luta!

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  54. Isso! Parabéns!
    Vamos dividir a luta entre ricos e pobres!
    Sabe quem ganha? Os corruptos, os políticos, os que não querem a união!
    Você atingiu o objetivo!

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    1. A divisão já está posta, anônimo. Ou você acha que a sociedade iguala as oportunidades para todos? O problema é que a burguesia não quer largar o osso de jeito nenhum e, assim, manter seus privilégios históricos. E o povo pobre das favelas? "Ah, esses aí que se virem"...

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  55. Parabéns, adorei seu texto! Postei algo relacionado no facebook e os reacionários festivos do Fortaleza Apavorada vieram jogar pedras.. Sem falar nas ligações que recebi por te postado minha opinião, infeliz opinião, segundo eles. Ah, e eles parecem siri em lata quando são chamados de "alienados". Não sei se rio ou se choro!! Bianca Campello

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    1. Eu que agradeço pela leitura, Bianca. É isso: somos muitos... E ainda seremos mais! Vamos todos amanhã, quarta-feira, para o ato "Copa: para quem?", com concentração a partir de 10 horas no Makro, ali na BR-116. Vai ser histórico!

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  56. Bianca Campello também postei algo parecdido lá alguns elogiaram outros não. Faz parte de todo e qualquer movimento! Mas ainda bem que tem gente que pensa como a gente!

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  57. Do meu ponto de vista, pelo que tenho vivenciado, O Movimento Fortaleza Apavorada, é mais do que legítimo, e representa perfeitamente, não só o povo de Fortaleza, mas tantos quantos aqui se encontram sofrendo com o domínio da criminalidade. Aliás, este movimento merece ser mais difundido e ampliado, uma vez que não só Fortaleza, mas o Brasil, encontra-se sob o jugo do crime organizado e do crime desorganizado também.
    O ideal, é que seja criado o movimento "BRASIL APAVORADO", aí, considerando que a extensão da criminalidade é vista de uma forma mais ampla, divulgando-se os descasos de cada Estado para com o Povo, até chegar à esfera Federal, onde também não é nada diferente, a gente até pode pensar em pedir socorro aos guerrilheiros das FARCS, aos companheiros cubanos e aos guerrilheiros da Líbia.
    Se a violência chegar até os nossos governantes, aí é hora de procurarmos os sobreviventes do Iraque, que escaparam das mais hediondas formas de crimes, pois a partir de então até as forças armadas já poderão estar dominadas!!!

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  58. Artur, queria parabenizá-lo pelo texto. Apesar de menos radical em posicionamento do que você minhas impressões sobre o movimento Fortaleza Apavorada são as mesmas. Acho legítima a ação, bem intencionada, mas estão longe da solução. Comecei a seguir o grupo no facebook na época das manifestações e desde então o que vejo publicado lá resume-se a duas coisas: 1 - Relatar assaltos (na maioria de carros) nas áreas "nobres" da cidade; 2 - Repassar noticias de jornais locais sobre o mesmo tema. Em que isso resolve o problema? Se os representantes máximos do poder estatal que deveriam nos representar são a própria elite que se lixa para o cidadão comum, para o pobre da periferia, como pensar que um movimento como o FA poderá alterar alguma coisa apenas relatando fatos, noticiários e passeatas de efeito? Eu sou de MG, já morei em 6 capitais brasileiras, conheço uns 20 estados brasileiros, conheci Fortaleza em 2004 e moro aqui por opção há 2 anos e digo uma coisa, o problema aqui vem de muito antes, de décadas, talvez séculos. As próprias discussões postadas aqui deixam claro isso. É só ler um pouco da história do CE para entender isso e o que é transportado socialmente para as ruas é apenas reflexo de décadas de manutenção do status quo de uma pequena elite de 1% que domina todo o resto e que além do poder estatal dominam: transporte, alimentação, fontes de energia, comunicação, enfim tudo. E sabem o quanto se avançou diante disso? Nada. A divisão econômica daqui tem níveis de países miseráveis da África (com todo respeito aos meus irmãos) e com isso é invevitável que tenhamos a segregação seguida da violência. Não haverá mais polícias armadas nas ruas, nem câmeras nas áreas nobres que resolverá o problema. Polícia armada e segurança não vai resolver nada, nada. Enquanto o povo cearense não mudar o seu próprio jeito de ser nada vai mudar. Olhem para os representantes políticos de vocês nos últimos 50 anos minha gente. O Ceará saiu do coronelismo do século XVIII, XIX para o "neo-coronelismo" das elites no séculos XX e XXI. Não podemos perder de vista que a política querendo ou não é a nossa própria representação, somos nós. Não estou dizendo aqui que elite dominadora na política, nem que corrupção só ocorra aqui, mas vejo um atraso político abissal e diante disso o que esperar do resto? A solução só virá quando dividirem melhor a renda, a terra, quando derem oportunidades reais para a massa, quando derem educação, saúde, quando integrarem urbanísticamente a cidade em todas as suas partes, quando olharem para o pobre do pirambú, da barra do ceará, da jurema, como habitantes da mesma cidade e com os mesmos direitos, quando o cidadão comum tiver minimamente um transporte digno para trabalhar. Mas vejam bem o comportamento geral (salvas as excepções, claro) do Fortalezense, as pessoas não tem a mínima educação (e aqui incluo qualquer classe) de se respeitar uma fila, um sinal vermelho, um sinal de trânsito, uma faixa de pedestres. Vejam o comportamento das pessoas no trânsito, buzina é tão comum quanto dar seta. É tudo na ignorância, na brutalidade, no jeitinho, no desrespeito, na esculhambação. Eu torço por uma cidade melhor e faço a minha parte com o meu suor, com o meu trabalho procurando dar mais oportunidade e uma vida mais digna aos menos favorecidos, mas sou pessimista porque enquanto o cerarense não mudar o próprio jeito de ser, enquanto não for mais autocrítico e não parar de se eximir da culpa dos problemas sociais apresentados e aos poucos reverter a sua própria condução histórico-política, a tendência infelizmente é piorar. E a bomba vai continuar lançando estilhaços na zona nobre, porque o problema do qual reclama os representantes da FA são apenas estilhaços de uma guerra diárias nas periferias mata muito mais do que a maioria imagina diariamente e em números assustadores, muito mais apavorantes que a tal FA. Esse assunto dá pano pra manga, mas vamos conversando. Força e grande abraço!

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    1. Valeu pela leitura, Antonio. Assino embaixo o que você disse, só ressaltando que essas mazelas sociais não são exclusividades de Fortaleza, mas de todas as grandes cidades brasileiras. O problema maior é a sociedade desigual e excludente que levamos a cabo. Enquanto não lutarmos para transformá-la, a violência cotidiana continuará batendo à nossa porta.

      Abraços!

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    2. Concordo plenamente com suas palavras quando voçê diz que o FA se resume a relatar assaltos e repassar noticias policiais sobre segurança pública. Mas temos que dá crédito porque pelo menos eles estão fazendo alguma coisa, embora na minha opinião e na sua, seja pouco. O pior é se acovardar no conformismo e esperar que alguém faça alguma coisa, ou então achar que se sempre foi assim, sempre será. Temos que fazer algo, embora seja pouco, mas que seja algo que traga reflexões como essa que estamos tendo. Veja o nível desse debate, é um debate que está formando opinião, embora seja pouco diante da massa de pessoas que são compradas todas as vezes que tem-se eleições. Temos que levar o debate para todos os níveis, para todas as classes, e não esperar que apenas uma parcela mínima da população resolva o problema para nós. Cadê a Comunidade Acadêmica das nossas univesidades, cadê os DCEs. Por onde andam nossos estudantes que envergonham todos aqueles que lutaram na época da Ditadura Militar, que deram o pontapé inicial para se criar uma sociedade democrática mais participativa. Cadê a UNE, o que fizeram a ela. Parabéns ao FA vocês são o exemplos para todos nós, pelos menos não se acovardaram feitos políticos de oposição comprados com cargos comissionados. Gostaria que o FA fizesse uma manifestação não em frente ao Palácio da Abolição mais sim no pátio da UFC/UECE.

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